terça-feira, 12 de maio de 2015

     A American Airlines irá retirar o MD-80 da sua frota e hoje iremos entender essa decisão.

     Notícias sobre aposentadoria de uma aeronave nunca é fácil de receber e essa não foi diferente. Recentemente, fomos surpreendidos - nem tanto - com o anúncio discreto da American Airlines sobre a aposentadoria dos seus MD-80. Isso não representa o fim da aeronave no mercado, mas o fim de uma relação incrível. A AA foi a maior operadora desse avião, chegando a ter 373 aeronaves na frota em 2001. Esse número surpreendente resultou numa forte associação da sua marca com o MD-80.

     O MD-80 é uma aeronave incrível, principalmente pela sua tripla personalidade. Se você não entendeu, vou explicar melhor. O MD-80 é, na verdade, uma derivação melhorada do bem-sucedido DC-9, aeronave da antiga fabricante Douglas Aircraft Company, a qual foi incorporada pela McDonnell. As melhorias renderam ainda mais sucesso, assim, quando a Boeing comprou o conglomerado McDonnell Douglas, ela decidiu continuar o projeto, só que renovando-o novamente e rebatizando de Boeing 717. Ou seja, são três aviões (DC-9, MD-80 e B717) em um só.

     Durante os seus vinte anos de fabricação, foram produzidos quase 1.200 aeronaves, o que significa dizer que praticamente um terço da produção foi destinada para a AA. Praticamente todos os pilotos que entraram na empresa nos últimos 30 anos já voaram num MD-80. Porém, hoje a norte-americana opera menos de 140 aviões dos quase 400 que já passaram por sua frota.

     Tudo isso mostra que o MD-80 foi, por muito tempo, a principal aeronave da família American Airlines, sendo a espinha dorsal da sua frota. Só que, agora, o que antes parecia inerente à empresa norte-americana, e era conhecido como seu sinônimo, irá sair de cena gradualmente, até finalmente não existir mais na frota - a retirada total está prevista para 2017.

     Seus substitutos? As modernas aeronaves das famílias 737 e A320. O motivo? Elas proporcionam uma diminuição nos custos operacionais, principalmente no que diz respeito ao combustível. Além disso, elas proporcionam maior conforto para os passageiros da empresa e permitem um acréscimo na oferta de assentos.

     Infelizmente, até mesmo as boas histórias têm um ponto final, e o ponto final dessa está cada vez mais próximo. Não diferente de muitas outras boas histórias, aceitar o fim dessa não será nada fácil, ainda mais por ser um fim irônico. A aeronave que um dia entrou na frota para substituir o 727, no intuito de aumentar a eficiência da American, agora é também a aeronave que deixa a família por ser menos eficiente. Que o ano de 2017 demore a chegar, para que possamos aproveitar intensamente os últimos momentos dos MD-80 na American Airlines.


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