quarta-feira, 22 de abril de 2015
Qual será o futuro das aeronaves com upper deck? Ou melhor, elas terão um futuro?
Salve apaixonados pela aviação, trago hoje um bom tema para debate, mas que pode despertar a indignação dos fãs de aviões como o 747 e A380. Vamos discutir hoje o futuro desses superjumbos e fazer uma previsão do que os espera. Irei trabalhar a partir de suposições e previsões, mas que são fundamentadas em fatos presentes. Argumentarei baseado em viabilidade e custos operacionais, carteira de pedidos, além de outros fatores.
Os superjumbos da Boeing e da Airbus são muito semelhantes, principalmente no que diz respeito aos seus upper decks. O 747 e o A380 chamam a atenção em qualquer lugar, pois são aviões majestosos e imponentes que despertam a curiosidade das pessoas. A história dessas aeronaves de dois pisos começam com o primeiro voo do 747 (1969), um projeto revolucionário pelo primeiro andar e também por ter sido o primeiro widebody já fabricado. Ele foi um sucesso de cara, passou a voar em empresas aéreas em todo o mundo, e não demorou muito para ser apelidado carinhosamente de "rainha dos céus".
A rainha criada por Joe Sutter foi aumentando o número de súditos ao longo dos anos e acabou ganhando quatro versões. Foi um sucesso incontestável! Sucesso esse que a Airbus também quis partilhar lançando tempos depois o A380. A aeronave da européia, porém, seria menos modesta que Sua Majestade e apresentaria um upper deck de mesmo tamanho do lower deck. Com medo de perder o trono, a Boeing então lança uma quinta versão do 747, com upper deck mais alongado, e batiza de 747-8I.
Os novíssimos e gigantescos quadrijatos (A380 e 747-8I) pareciam que continuariam o sucesso dos seus antepassados monstruosos. Entretanto não foi o que vimos, parece que eles chegaram tarde demais. A febre por aeronaves ignorantemente grandiosas parece ter passado. Não por parte dos passageiros, muito pelo contrário, as pessoas ainda são fascinadas por essas aeronaves, mas por parte das empresas, que não veem mais atrativo nesses aviões imponentes.
As vendas desses jatos não decolaram por diversos fatores, mas vamos elencar aqui os principais. É preciso ter em mente que tudo gira em torno de duas vertentes: custo operacional e viabilidade. Então, se uma aeronave não é viável e/ou possui custo operacional elevado, sua chance de fracasso é imensa. Já devem ter percebido onde eu quero chegar, né? O A380 e o 747-8I apresentam os dois problemas: falta de viabilidade e custos elevados.
Primeiramente, sobre a viabilidade, temos que essas aeronaves são imensas, portanto precisam de estruturas também imensas para recepcioná-las. Esse problema estrutural vai desde aeroportos, passando pelas equipes e equipamentos de solo e chega até a tripulação. É necessário mobilizar muita gente e máquinas para colocar um único avião desse no ar. Além disso, ele só opera em grandes complexos aeroportuários, porém esses grandes complexos já são lotados e também acabam não tendo espaço para eles.
Agora vamos falar sobre os custos, que é aonde o bicho pega. Todos os problemas dessas aeronaves acabam desaguando em aumento do 'preço' para operá-las. Se analisarem atentamente vão perceber que a viabilidade também culmina em aumento de custo, percebem? Mais gente, mais equipamento, tudo mais, e esse mais significa mais dinheiro. Não se esqueça de incluir nessa conta os quatro potentes motores, o treinamento diferenciado, a manutenção mais cara, a dificuldade de manter a taxa de ocupação em níveis pelo menos aceitáveis e vários outros itens.
Resumindo, tudo isso junto representa uma aeronave fabulosa, porém cara e inviável. O resultado disso? Ninguém quer! Elas viraram elefantes brancos. As empresas aéreas perderam o gosto por elas, com toda razão, ninguém quer (nem vai) operar com prejuízo. Elas se tornaram obsoletas, e nós sabemos o que acontece com aviões obsoletos: são descartados.
Caso as coisas continuem assim para os superjumbos, muito em breve veremos o seu fim. Infelizmente, parece que as coisas irão continuar desse jeito e iremos caminhar para isso. O novo 747 se arrasta desde o lançamento para conseguir encomendas. Já o A380 continua rejeitado, faz muito tempo que ele não sabe o que é uma encomenda, pois não recebeu nenhuma em 2014 e tão pouco até agora em 2015.
Sou muito fã dessas aeronaves, mas devo admitir que o fim delas está próximo. Novas tecnologias, novos motores e novos aviões tornaram suas operações inviáveis, portanto não há mais sentido continuar operando os superjumbos por uma questão pura e simplesmente econômica. Seus substitutos já estão voando por aí, são os gigantescos bimotores 777 e A350, que possuem capacidade menor, porém semelhante. É preciso que aceitemos o novo e que estejamos preparados para dizer um doloroso adeus.
As vendas desses jatos não decolaram por diversos fatores, mas vamos elencar aqui os principais. É preciso ter em mente que tudo gira em torno de duas vertentes: custo operacional e viabilidade. Então, se uma aeronave não é viável e/ou possui custo operacional elevado, sua chance de fracasso é imensa. Já devem ter percebido onde eu quero chegar, né? O A380 e o 747-8I apresentam os dois problemas: falta de viabilidade e custos elevados.
Primeiramente, sobre a viabilidade, temos que essas aeronaves são imensas, portanto precisam de estruturas também imensas para recepcioná-las. Esse problema estrutural vai desde aeroportos, passando pelas equipes e equipamentos de solo e chega até a tripulação. É necessário mobilizar muita gente e máquinas para colocar um único avião desse no ar. Além disso, ele só opera em grandes complexos aeroportuários, porém esses grandes complexos já são lotados e também acabam não tendo espaço para eles.
Agora vamos falar sobre os custos, que é aonde o bicho pega. Todos os problemas dessas aeronaves acabam desaguando em aumento do 'preço' para operá-las. Se analisarem atentamente vão perceber que a viabilidade também culmina em aumento de custo, percebem? Mais gente, mais equipamento, tudo mais, e esse mais significa mais dinheiro. Não se esqueça de incluir nessa conta os quatro potentes motores, o treinamento diferenciado, a manutenção mais cara, a dificuldade de manter a taxa de ocupação em níveis pelo menos aceitáveis e vários outros itens.
Resumindo, tudo isso junto representa uma aeronave fabulosa, porém cara e inviável. O resultado disso? Ninguém quer! Elas viraram elefantes brancos. As empresas aéreas perderam o gosto por elas, com toda razão, ninguém quer (nem vai) operar com prejuízo. Elas se tornaram obsoletas, e nós sabemos o que acontece com aviões obsoletos: são descartados.
Caso as coisas continuem assim para os superjumbos, muito em breve veremos o seu fim. Infelizmente, parece que as coisas irão continuar desse jeito e iremos caminhar para isso. O novo 747 se arrasta desde o lançamento para conseguir encomendas. Já o A380 continua rejeitado, faz muito tempo que ele não sabe o que é uma encomenda, pois não recebeu nenhuma em 2014 e tão pouco até agora em 2015.
Sou muito fã dessas aeronaves, mas devo admitir que o fim delas está próximo. Novas tecnologias, novos motores e novos aviões tornaram suas operações inviáveis, portanto não há mais sentido continuar operando os superjumbos por uma questão pura e simplesmente econômica. Seus substitutos já estão voando por aí, são os gigantescos bimotores 777 e A350, que possuem capacidade menor, porém semelhante. É preciso que aceitemos o novo e que estejamos preparados para dizer um doloroso adeus.
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