quinta-feira, 17 de setembro de 2015
Os mitos e verdades por trás da designação 7-7 das aeronaves comerciais da Boeing.
Cada fabricante de aeronaves possui um número específico que ela gosta de usar para designar seus aviões. É assim com o A3--, da Airbus, o E1--, da Embraer, e o 7-7, da Boeing. Mas será que existe algum cálculo matemático por trás desses números? Ou será apenas superstição, ou algo do tipo? Ao contrário do que muitos pensam, a história por trás da escolha dessas numerações é mais simples do que parece, como no caso da norte-americana Boeing.
No caso dela, muitas teorias surgiram sobre a escolha do 7-7. Elas vão desde superstição até uma resolução matemática que envolve o ângulo das asas do primeiro modelo da série, o 707. Complicado, não? Pois é, parece que os caras da Boeing também achavam isso e utilizaram um critério muito mais simples que esses.
+ Leia também: Boeing 377 Stratocruiser
Dentre essas teorias, a mais compartilhada pelas pessoas da matemática e engenharia é a que envolve a asa do 707. Eles afirmam que esse número foi escolhido por ser equivalente ao seno do ângulo de varredura dela. No caso, o ângulo de varredura é aquele referente à inclinação da asa para trás (foto ao lado). Mas isso não passa de um mito. O ângulo da asa do 707 é de 35 graus, e não 45, o que anula qualquer relação com o seu seno. Mas aí também já seria demais, não é só porque os caras são engenheiros que eles precisam complicar até isso.
Pois bem. Se não tem nada a ver com cálculos, álgebra e essa coisa toda de matemática, então certamente deve ter sido superstição, né?! Número sete... Coisas positivas... Número bíblico e tal... Mas não. Apesar de muitos acreditarem que foi superstição, essa teoria também não passa de um mito. O que é meio lógico, porque, se você pensar direitinho, os engenheiros da Boeing não parecem fazer muito o tipo supersticioso.
A verdade, meus amigos, é que a escolha do número sete foi muito mais lógica e prática do que aparenta ser. Para entender como isso se deu, vamos voltar para as primeiras décadas da Boeing. Lá no início, ela utilizava números sequenciais para batizar suas aeronaves comerciais: Modelo 40, Modelo 80, Modelo 247, Modelo 307 Stratoliner e Modelo 377 Stratocruiser.
O mesmo também acontecia com seus aviões militares, como, por exemplo, o Modelo 299 e o Modelo 454. Só que nesse caso, ao contrário dos aviões comerciais, cujo número do modelo se tornava seu nome popular, os aviões militares ficavam conhecidos mais por sua designação: o 299 era conhecido como B-17 Flying Fortress e o 454, como B-52 Stratofortress.
Depois da II Guerra Mundial, a Boeing sofreu uma diversificação da sua produção. William Allen, presidente da empresa na época, decidiu que ela deveria voltar a fabricar aeronaves comerciais, bem como deveria investir no segmento de mísseis e naves espaciais. Foi então que o departamento de engenharia organizou o número dos modelos em blocos de 100 de acordo com a área do produto: 300 e 400 continuaria designando aeronaves; 500 seria utilizado para motores de turbina; 600 seria referente aos foguetes e mísseis; e, finalmente, 700 ficaria reservado para os aviões a jato.
Quando a Boeing desenvolveu o primeiro grande jato de "asa-flecha" do mundo, o B-47, este despertou o interesse das companhias aéreas. A Pan Am inclusive perguntou à Boeing se havia a possibilidade de transformá-lo em jato de passageiros. A partir daí, a norte-americana começou a estudar uma forma de converter o modelo 367 Stratotanker (KC-97) num jato. Depois de muito estudo e muita engenhosidade, eles finalmente chegaram na versão 367-80.
A Boeing utilizou recursos próprios no desenvolvimento e construção do protótipo dessa nova versão. Ela queria que ela fosse utilizada tanto para fins militares, quanto para comerciais. Como o modelo seria um jato de transporte, segundo aquela divisão, ele deveria ser batizado com um número na casa dos 700. Mas aí vieram os caras do marketing e disseram que "Modelo 700" não tinha apelo comercial suficiente para dar nome ao primeiro jato da fabricante.
Depois de muito pensar, eles decidiram então pular alguns números e batizar o modelo de 707, acreditando que esse número "pegaria" mais. Seguindo a mesma lógica, a versão militar ganhou a numeração 717 e a designação KC-135. No final dessa história toda, o departamento de marketing ainda decidiu que, dali em diante, o número sete (na frente e/ou atrás) seria utilizado exclusivamente para batizar os jatos comerciais da empresa.
Finalmente resolvida toda essa questão da numeração, os aviões da Boeing que vieram depois do 707 seguiram a mesma fórmula do 7-7, trocando apenas o número do meio de acordo com a sequência: 727, 737, 747, 757, 767, 777, 787... Agora só resta saber qual será o número que ela vai usar no modelo que vier depois do 797, alguma ideia?
No caso dela, muitas teorias surgiram sobre a escolha do 7-7. Elas vão desde superstição até uma resolução matemática que envolve o ângulo das asas do primeiro modelo da série, o 707. Complicado, não? Pois é, parece que os caras da Boeing também achavam isso e utilizaram um critério muito mais simples que esses.
+ Leia também: Boeing 377 Stratocruiser
Dentre essas teorias, a mais compartilhada pelas pessoas da matemática e engenharia é a que envolve a asa do 707. Eles afirmam que esse número foi escolhido por ser equivalente ao seno do ângulo de varredura dela. No caso, o ângulo de varredura é aquele referente à inclinação da asa para trás (foto ao lado). Mas isso não passa de um mito. O ângulo da asa do 707 é de 35 graus, e não 45, o que anula qualquer relação com o seu seno. Mas aí também já seria demais, não é só porque os caras são engenheiros que eles precisam complicar até isso.
Pois bem. Se não tem nada a ver com cálculos, álgebra e essa coisa toda de matemática, então certamente deve ter sido superstição, né?! Número sete... Coisas positivas... Número bíblico e tal... Mas não. Apesar de muitos acreditarem que foi superstição, essa teoria também não passa de um mito. O que é meio lógico, porque, se você pensar direitinho, os engenheiros da Boeing não parecem fazer muito o tipo supersticioso.
A verdade, meus amigos, é que a escolha do número sete foi muito mais lógica e prática do que aparenta ser. Para entender como isso se deu, vamos voltar para as primeiras décadas da Boeing. Lá no início, ela utilizava números sequenciais para batizar suas aeronaves comerciais: Modelo 40, Modelo 80, Modelo 247, Modelo 307 Stratoliner e Modelo 377 Stratocruiser.
O mesmo também acontecia com seus aviões militares, como, por exemplo, o Modelo 299 e o Modelo 454. Só que nesse caso, ao contrário dos aviões comerciais, cujo número do modelo se tornava seu nome popular, os aviões militares ficavam conhecidos mais por sua designação: o 299 era conhecido como B-17 Flying Fortress e o 454, como B-52 Stratofortress.
Depois da II Guerra Mundial, a Boeing sofreu uma diversificação da sua produção. William Allen, presidente da empresa na época, decidiu que ela deveria voltar a fabricar aeronaves comerciais, bem como deveria investir no segmento de mísseis e naves espaciais. Foi então que o departamento de engenharia organizou o número dos modelos em blocos de 100 de acordo com a área do produto: 300 e 400 continuaria designando aeronaves; 500 seria utilizado para motores de turbina; 600 seria referente aos foguetes e mísseis; e, finalmente, 700 ficaria reservado para os aviões a jato.
Quando a Boeing desenvolveu o primeiro grande jato de "asa-flecha" do mundo, o B-47, este despertou o interesse das companhias aéreas. A Pan Am inclusive perguntou à Boeing se havia a possibilidade de transformá-lo em jato de passageiros. A partir daí, a norte-americana começou a estudar uma forma de converter o modelo 367 Stratotanker (KC-97) num jato. Depois de muito estudo e muita engenhosidade, eles finalmente chegaram na versão 367-80.
A Boeing utilizou recursos próprios no desenvolvimento e construção do protótipo dessa nova versão. Ela queria que ela fosse utilizada tanto para fins militares, quanto para comerciais. Como o modelo seria um jato de transporte, segundo aquela divisão, ele deveria ser batizado com um número na casa dos 700. Mas aí vieram os caras do marketing e disseram que "Modelo 700" não tinha apelo comercial suficiente para dar nome ao primeiro jato da fabricante.
Depois de muito pensar, eles decidiram então pular alguns números e batizar o modelo de 707, acreditando que esse número "pegaria" mais. Seguindo a mesma lógica, a versão militar ganhou a numeração 717 e a designação KC-135. No final dessa história toda, o departamento de marketing ainda decidiu que, dali em diante, o número sete (na frente e/ou atrás) seria utilizado exclusivamente para batizar os jatos comerciais da empresa.
Finalmente resolvida toda essa questão da numeração, os aviões da Boeing que vieram depois do 707 seguiram a mesma fórmula do 7-7, trocando apenas o número do meio de acordo com a sequência: 727, 737, 747, 757, 767, 777, 787... Agora só resta saber qual será o número que ela vai usar no modelo que vier depois do 797, alguma ideia?
Marcadores:Aviação internacional,Boeing,EUA,Fabricantes
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Ouvi dizer uma vez q os avioes dela vao se chamar Yellowstone
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