quarta-feira, 12 de agosto de 2015

     LAN e TAM unificam suas marcas e operações numa tentativa de aproximar a América Latina.

     Algo que já era profetizado desde o ano passado finalmente se concretizou, foi a unificação das marcas e operações da LAN e da TAM. Como já era de se esperar, o nome escolhido para a nova marca foi LATAM, mesmo nome da holding que derivou da fusão das duas. O desafio agora não é apenas se posicionar como uma marca global, mas tentar fortalecer a identidade de um continente extremamente diversificado.

     A unificação das marcas do Grupo LATAM chegou tardiamente, o que já é de praxe na holding, que possui um histórico lento de tomada de decisões (aliança aérea, frota, novos interiores, a lista segue). Mas é compreensível, pois desde o começo existiu um entrave sobre qual nacionalidade assumir para a empresa, na perspectiva de escolher operar sob uma única marca (LAN ou TAM). Portanto, enquanto não se decidia isso, a todo momento era preciso tomar cuidado para agradar tanto chilenos quanto brasileiros.

     Foi, então, numa jogada de marketing incrível que eles parecem ter encontrado a saída para o dilema. O surgimento da LATAM como uma empresa latino-americana foi uma exímio rota alternativa para o entrave patriótico. Dessa ótica, portanto, não será mais preciso escolher uma única pátria. Afinal de contas, por que pertencer a um país se se pode pertencer a um continente, não é mesmo?!

     Nessa perspectiva de não escolher um país ou outro (uma empresa ou outra), tudo na nova marca foi pensado para tirar o máximo das antigas empresas de forma igualitária, o que não é tarefa fácil quando se trata de dois grandes e tradicionais nomes. A criação da LATAM, como uma união mais que perfeita de TAM e LAN, foi tão minuciosa que até a cor principal da companhia foi um resultado da mescla do vermelho de uma com o azul da outra.

     Agora, mais do que nunca, já que a LATAM se lançou como uma empresa que representa a América Latina, ela terá a difícil tarefa de unir um continente extremamente diversificado. Ao contrário do que o seu marketing prega, as pessoas desse continente não têm esse sentimento tão forte de unidade - a exemplo da Europa -, e ela sabe disso. Afinal de contas, foi ela quem mais sofreu, em função das diferenças culturais de Brasil e Chile, na tentativa de harmonizar as operações da TAM e da LAN.

     A empreitada agora será difícil, mas também será muito honrosa. Aceitar o desafio de unir um continente, ou pelo menos aproximar, já faz a nova empresa nascer com um propósito a altura da história e do legado daquelas que deixarão de cruzar os nossos céus.

     As coisas devem fluir melhor com a unificação, e certamente será mais fácil se fortalecer e se posicionar como uma grande marca global da aviação. O marketing está de parabéns pelo trabalho, visto que a LATAM parece ter herdado o máximo possível de LAN e TAM. Ela nunca conseguirá restituir o vazio que essas duas empresas deixarão, em razão da tradição e história que as duas possuem junto aos seus países. Apesar disso, assumir o objetivo de aproximar a América Latina torna a empresa digna de substituí-las.

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